Por: Eduarda Borba.
Diretoria de Bem-Estar Animal do Semae promete ações de conscientização e repressão a crimes contra animais, incluindo práticas tradicionais como a farra do boi e o abandono de coelhos após a Páscoa.
Em alusão ao Abril Laranja, mês dedicado à prevenção da crueldade animal, a Diretoria de Bem-Estar Animal do Semae (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde) anunciou o reforço nas ações de proteção aos animais em Santa Catarina.
A campanha visa conscientizar a população e combater práticas violentas, como a farra do boi e o abandono de coelhos após a Páscoa, além de promover políticas públicas mais eficientes.
Números alarmantes de maus-tratos
Entre 2019 e abril de 2024, foram abertos 4.274 inquéritos para investigar casos de maus-tratos a animais no estado. Diante desse cenário, a Diretoria planeja uma série de iniciativas, incluindo um evento no dia 30 de abril, em Florianópolis, para debater estratégias de combate à crueldade animal e incentivar a guarda responsável.
Farra do boi: tradição criminosa que persiste
Um dos maiores desafios no estado é o combate à farra do boi, prática proibida desde 1997, mas que ainda ocorre clandestinamente em comunidades do litoral catarinense. Durante o evento, o animal é solto, perseguido e agredido até a exaustão, muitas vezes morrendo devido aos ferimentos. Apesar de ser associada a uma herança cultural trazida por imigrantes açorianos no século XVIII, a prática é considerada crime ambiental.
A campanha do Abril Laranja busca desmistificar a ideia de que se trata de uma manifestação cultural legítima, reforçando que é um ato de violência punível com multas de até R$ 10 mil.
Páscoa e o abandono de coelhos
Outro foco da campanha é o abandono de coelhos após a Páscoa. Muitos animais são comprados como presentes e, depois de algum tempo, deixados nas ruas. A Diretoria alerta que o abandono é crime e reforça a importância da posse responsável.
Consultoria para municípios e evento estadual
A partir deste mês, a Diretoria passará a oferecer consultoria para cidades que desejam criar suas próprias estruturas de bem-estar animal. Municípios como Biguaçu, Balneário Camboriú e Tubarão já demonstraram interesse. No dia 30 de abril, um fórum no auditório da GRANFPOLIS, em Florianópolis, reunirá gestores municipais, profissionais da saúde e defensores dos animais para discutir políticas públicas mais eficazes.
Denúncias de maus-tratos podem ser feitas aos órgãos competentes, como a Polícia Ambiental ou o Ministério Público.
Fonte: SECOM
