Companhia atribui recuo à desvalorização do real e fatores contábeis; dividendos de R$ 9,1 bilhões são anunciados.
Os papéis da Petrobras registraram forte queda nesta quinta-feira (27) após a divulgação do resultado consolidado da empresa, que apontou um recuo superior a 70% no lucro líquido de 2024. No início da tarde, as ações ordinárias (PETR3), que garantem direito a voto em assembleias, caíam mais de 8%, enquanto as preferenciais (PETR4), que não oferecem esse direito, apresentavam retração de 5,56%.
A estatal reportou um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, uma redução de 70,6% em comparação aos R$ 124,6 bilhões registrados no ano anterior, que representaram o segundo maior lucro da história da companhia. Segundo a Petrobras, a queda foi impactada pela desvalorização do real frente ao dólar e por eventos contábeis extraordinários, que, em sua maioria, não afetaram o caixa da empresa.
O diretor financeiro da estatal, Fernando Melgarejo, explicou que essas variações decorrem de operações financeiras entre empresas do próprio grupo, criando um descompasso contábil durante períodos de desvalorização cambial. No entanto, ele destacou que esse efeito é temporário e, ao final, tende a se equilibrar economicamente. Caso essas transações fossem desconsideradas, o lucro líquido da empresa teria sido de R$ 103 bilhões.
Petrobras anuncia R$ 9,1 bilhões em dividendos
Na quarta-feira (26), o conselho de administração da Petrobras aprovou o encaminhamento de uma proposta de distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos aos acionistas, que será votada em assembleia-geral no dia 16 de abril. Se aprovada, a remuneração total referente a 2024 alcançará R$ 75,8 bilhões, incluindo R$ 73,9 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, além de R$ 1,9 bilhão em recompra de ações.
Os pagamentos serão efetuados em duas parcelas, previstas para os meses de maio e junho de 2025. Cada ação ordinária e preferencial receberá um valor total de R$ 0,70954522, sendo:
Primeira parcela: R$ 0,35477261 por ação, paga em 20 de maio de 2025.
Segunda parcela: R$ 0,35477261 por ação, paga em 20 de junho de 2025.